Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Estudantes da unidade de Gurupi lançam livro "A escrita de si mostrou quem eu sou"

Notícias

Estudantes da unidade de Gurupi lançam livro "A escrita de si mostrou quem eu sou"

Produção literária

Obra é resultado do projeto "Escrevivências: resistência poética contra o silenciamento dos subalternos"
por publicado: 08/03/2024 10h22 última modificação: 08/03/2024 10h22

Com informações da professora Adelma Ferreira

Nesta sexta-feira, 8 de março, será lançado o livro "A escrita de si mostrou quem eu sou", na unidade de Gurupi do IFTO. A obra foi organizada pelas estudantes bolsistas Vitória Cardoso e Giovanna Metzkha e é resultado do projeto de extensão "Escrevivências: resistência poética contra o silenciamento dos subalternos", que foi realizado no período de agosto a dezembro de 2023.

O projeto contemplou 18 estudantes, dos cursos técnicos integrados ao ensino médio em: Agropecuária, Edificações e Administração. Além da participação de algumas professoras de Língua Portuguesa e um de Teatro da unidade de Gurupi.Para a construção do livro foi realizada uma dinâmica de leituras mensais com encontros quinzenais presenciais para a discussão das obras estudadas. Sendo instituída a escolha de uma autora como fonte de estudo e pesquisa para o mês, realizando a leitura da sua obra a fim de entender os seus processos de escrita que relacionam-se com a Escrevivência. Além de criar um ambiente propício para o debate e produção textual dos gêneros escolhidos pelos participantes da extensão.

Durante a produção do livro, algumas das participantes da extensão decidiram ilustrar boa parte dos textos selecionados para compor essa obra. Assim, as reflexões sobre "Escrevivências" foram elevadas não só para a narrativa escrita, mas também para os desenhos.

As oficinas, também, fizeram parte das ações do projeto de extensão, que teve como objetivo estudar o processo de Escrevivência, proposto pela autora Conceição Evaristo, através da leitura de textos de autoras que trabalham essa temática e a aplicação desse conceito pela promoção da escrita das pessoas subalternas da comunidade escolar do IFTO - Campus Gurupi.

As "Escrevivências" referem-se ao ato de contar histórias particulares que refletem uma coletividade, sejam elas ficção ou fato, utilizando-se do passado para construir o futuro. Nesse caso, a obra de Conceição Evaristo retrata uma coletividade ancestral das mulheres negras e suas mazelas sociais, pois "ao falar de si, fala dos outros e, ao falar dos outros, fala de si".

“Para tanto, buscamos estimular a leitura e estudo de textos narrativos (literários e bibliográficos) de autores como: Carolina Maria de Jesus, bell hooks, Maria Beatriz Nascimento, Grada Kilomba, Maria Firmina dos Reis e Octavia Butler, que constroem as Escrevivências dos personagens e os seus enredos pelas diversas realidades dos oprimidos socialmente. Além de produzir textos de diferentes gêneros textuais, que atuam como a voz de denúncia social dessas pessoas subalternas”, explicou Adelma Ferreira.

Vale destacar, que a iniciativa extensiva partiu da necessidade de leitura e escrita de si de pessoas subalternas para expressar, por meio da arte, as suas realidades sociais, os seus conflitos, as mudanças e as violências sofridas ao longo da vida. Com o intuito de promover o entendimento sobre processos de violência e a possibilidade de denúncia a partir da literatura a fim de combater o silenciamento das dores sociais dos subalternos. Além disso, o livro é fruto de muitos debates e momentos de acolhimento entre as bolsistas e os participantes da Extensão Escrevivências de Conceição Evaristo.