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Estudantes da unidade de Gurupi lançam livro "A escrita de si mostrou quem eu sou"
Produção literária
Com informações da professora Adelma Ferreira
Nesta sexta-feira, 8 de março, será lançado o livro "A escrita de si mostrou quem eu sou", na unidade de Gurupi do IFTO. A obra foi organizada pelas estudantes bolsistas Vitória Cardoso e Giovanna Metzkha e é resultado do projeto de extensão "Escrevivências: resistência poética contra o silenciamento dos subalternos", que foi realizado no período de agosto a dezembro de 2023.
O projeto contemplou 18 estudantes, dos cursos técnicos integrados ao ensino médio em: Agropecuária, Edificações e Administração. Além da participação de algumas professoras de Língua Portuguesa e um de Teatro da unidade de Gurupi.Para a construção do livro foi realizada uma dinâmica de leituras mensais com encontros quinzenais presenciais para a discussão das obras estudadas. Sendo instituída a escolha de uma autora como fonte de estudo e pesquisa para o mês, realizando a leitura da sua obra a fim de entender os seus processos de escrita que relacionam-se com a Escrevivência. Além de criar um ambiente propício para o debate e produção textual dos gêneros escolhidos pelos participantes da extensão.
Durante a produção do livro, algumas das participantes da extensão decidiram ilustrar boa parte dos textos selecionados para compor essa obra. Assim, as reflexões sobre "Escrevivências" foram elevadas não só para a narrativa escrita, mas também para os desenhos.
As oficinas, também, fizeram parte das ações do projeto de extensão, que teve como objetivo estudar o processo de Escrevivência, proposto pela autora Conceição Evaristo, através da leitura de textos de autoras que trabalham essa temática e a aplicação desse conceito pela promoção da escrita das pessoas subalternas da comunidade escolar do IFTO - Campus Gurupi.
As "Escrevivências" referem-se ao ato de contar histórias particulares que refletem uma coletividade, sejam elas ficção ou fato, utilizando-se do passado para construir o futuro. Nesse caso, a obra de Conceição Evaristo retrata uma coletividade ancestral das mulheres negras e suas mazelas sociais, pois "ao falar de si, fala dos outros e, ao falar dos outros, fala de si".
“Para tanto, buscamos estimular a leitura e estudo de textos narrativos (literários e bibliográficos) de autores como: Carolina Maria de Jesus, bell hooks, Maria Beatriz Nascimento, Grada Kilomba, Maria Firmina dos Reis e Octavia Butler, que constroem as Escrevivências dos personagens e os seus enredos pelas diversas realidades dos oprimidos socialmente. Além de produzir textos de diferentes gêneros textuais, que atuam como a voz de denúncia social dessas pessoas subalternas”, explicou Adelma Ferreira.
Vale destacar, que a iniciativa extensiva partiu da necessidade de leitura e escrita de si de pessoas subalternas para expressar, por meio da arte, as suas realidades sociais, os seus conflitos, as mudanças e as violências sofridas ao longo da vida. Com o intuito de promover o entendimento sobre processos de violência e a possibilidade de denúncia a partir da literatura a fim de combater o silenciamento das dores sociais dos subalternos. Além disso, o livro é fruto de muitos debates e momentos de acolhimento entre as bolsistas e os participantes da Extensão Escrevivências de Conceição Evaristo.